Projeto de restauração sociecologica nos Kadiweus – projeto pau-santo “Elegigo” FUNBIO/Fapec/LEI_UFMS

Quando aliamos o conhecimento científico aos saberes tradicionais realizamos algo para além do esperado e criamos experiências significativas para todos aqueles que dela participam diretamente ou indiretamente. Para o povo Kadiwéu o Pau-santo, além de ser uma árvore encontrada em áreas remotas do território, é uma matéria prima que carrega um grande significado para sua cultura, história e subsistência econômica através do artesanato.

Para nós pesquisadores o Pau-santo é uma planta desafiadora pela raridade e nível de ameaça o que nos estimula a dedicação e esforço em conservar e restaurar essa espécie em um bioma ainda desconhecido pelo Brasil, o Chaco, que fica no sul do Pantanal. Já são quase 3 anos desde que juntos à comunidade local não medimos esforços para que estes objetivos em comum fossem alcançados.

Nestes últimos anos de estudos detectamos: a 1° floração registrada em herbário no país, a qual foi coletada pelo brigadista do PrevFogo/IBAMA, Laércio, e que seguindo nossas orientações conseguiu montar o material que foi herborizado e que depositamos no herbário da UFMS, a 1° coleta de frutos maduros no Brasil que utilizamos para diversos testes de germinação e produção de mudas que usamos para o 1º plantio de mudas de Pau-Santo no país até onde temos conhecimento.

Os registros que tivemos anteriormente foram de mudas por estaquias que não sobreviveram após alguns meses ou que só brotavam, mas não enraizaram. Também realizamos dezenas de testes de estaquia sem significativa sobrevivência. Nossos estudos apontam que a produção de mudas por sementes pode ser a melhor opção. Porém, encontrar a árvore em frutificação é um desafio imenso, pois, nestes anos, temos feito dezenas de expedições em regiões remotas para encontrar essas sementes. Ainda temos muito a estudar e descobrir e esperamos compartilhar muitas outras experiências significativas com a comunidade científica e com o povo Kadiwéu.

Agradecemos o apoio da @fundacao.fapec e @ufmsoficial e a parceria do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO ( @funbio_brasil ) como agência financiadora do projeto e em especial a equipe de brigadistas Kadiwéu ( @abink.kadiweu ) que nos auxiliam sempre em campo  ea @prefcg pelo apoio do seu Antônio no viveiro.